Financiamento e Mercado Imobiliário Pós-REURB: Impactos no Crédito e na Valorização Patrimonial
- Edson Ferreira
- há 6 dias
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Um dos efeitos mais imediatos e transformadores da Regularização Fundiária Urbana (REURB) é a inclusão do imóvel no mercado formal.
A emissão da Certidão de Regularização Fundiária (CRF) e a abertura de matrículas individualizadas no Cartório de Registro de Imóveis conferem ao bem a condição de garantia jurídica plena, permitindo acesso a crédito, financiamentos e operações de alienação fiduciária.
Neste artigo, analisamos como a REURB impacta diretamente o mercado imobiliário, quais são os reflexos na vida dos moradores e como essa regularização impulsiona a economia local.
1. O Imóvel Irregular e as Barreiras ao Crédito
Enquanto irregular, o imóvel enfrenta restrições severas:
· Não pode ser usado como garantia em financiamentos bancários;
· Não é aceito em alienações fiduciárias;
· Não pode ser objeto de leilões extrajudiciais em execuções de crédito;
· O valor de mercado é reduzido, pois compradores desconfiam da insegurança jurídica.
Exemplo prático: um apartamento em prédio sem habite-se e sem matrícula individual pode valer até 40% menos no mercado.
2. O Imóvel Regularizado pela REURB
Após a conclusão da REURB:
· O imóvel passa a ter matrícula individualizada;
· Pode ser dado em garantia hipotecária ou fiduciária;
· Permite financiamento imobiliário pela Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e demais instituições;
· Aumenta a liquidez de mercado, tornando-se um ativo plenamente circulante.
Exemplo prático: um condomínio regularizado em Alphaville, após REURB, passou a ter unidades financiáveis pela Caixa, ampliando o número de compradores interessados.
3. Reflexos Econômicos para os Proprietários
3.1. Valorização patrimonial
A regularização pode aumentar significativamente o valor do imóvel. Estudos apontam que a valorização média é de 20% a 50% após a titulação.
3.2. Acesso ao crédito
Com o imóvel registrado, o proprietário pode:
· Contratar empréstimos com garantia real;
· Refinanciar sua unidade (home equity);
· Obter crédito empresarial utilizando o imóvel como garantia.
3.3. Segurança sucessória
Imóveis regularizados são transmitidos sem disputas, via herança formalizada, evitando conflitos familiares.
4. Reflexos Econômicos para o Mercado e para o Município
4.1. Aumento da movimentação imobiliária
Mais imóveis regularizados significam:
· Maior volume de compra e venda;
· Mais escrituras e registros;
· Crescimento no setor de corretagem e construção civil.
4.2. Arrecadação tributária
Com imóveis registrados:
· Municípios arrecadam mais IPTU;
· Estados arrecadam mais ITCMD (em sucessões) e ITBI (em transmissões onerosas).
4.3. Expansão da economia local
A valorização patrimonial aumenta o consumo e fomenta novos investimentos em regiões regularizadas.
5. O Papel Estratégico da REURB em Áreas Nobres
Em regiões como Alphaville, a REURB não se limita a garantir direito à moradia. Ela é estratégia patrimonial:
· Torna prédios e condomínios plenamente regularizados perante Prefeitura, CRI e SPU (quando foro/marinha);
· Valoriza ativos milionários, que passam a ser negociados no mercado formal;
· Elimina riscos de nulidade em transações de alto valor.
Conclusão
A REURB é mais que um instrumento de inclusão social: é também ferramenta de alavancagem econômica. Imóveis que antes eram patrimônio morto, sem valor de mercado, tornam-se ativos líquidos, aptos a circular no mercado, a gerar crédito e a compor estratégias patrimoniais.
Para moradores, significa valorização imediata.
Para Municípios, representa aumento de arrecadação.
Para o mercado imobiliário, é expansão da base formal de negócios.
Em síntese, a REURB é um divisor de águas: transforma irregularidade em oportunidade, posse em propriedade, e insegurança em ativo valorizado.


